lavando louças sujas
leveza da sujeira
desfeita
leveza de obrigar-se
quebrou-se
em casa de estranhos
estranho maior sou eu
se ainda fui um dia
se de algum lugar fui
me passam passados
inexistentes, inventados
quero partir
mais uma vez
me perco pensando
se há territórios seguros
ou se o terreno é lodo
se afunda como caixão
entre quatro paredes
pretendo o estranho
que ainda sou
ter sido sempre
um mundo sem territórios
não há casa, será?
ama-se, casa-se
na casa, no amor
enquanto pouco amo
muito pouca casa
e só estranho
então estranho
virada que faz fugir
pula janelas
não olha atrás
mira-se
e se não há casas
há caminhos
há estranhos
hámores
e se casa, de novo
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