esvazio forças
por amar homens
doutrinados pelo Estado
pobre sexualidade
mitificada nos dons do poder
sôfregos sem existência
sentimentos, seriam o quê?
perplexos encontros de amor
ou reproduções?
sinto vir a admiração
desejos de carne
avançando sob olhares
ainda na ingenuidade
questiono inteligências
e presos de espírito
fazendo palavras se perderem
explodo-me no canhão de Eros
minha Vênus maldita, sacrificada
divago vagas soluções
se a pobre sexualidade
dilacera o feminino
frágeis demais
assumindo fraquezas
como se medos e burrices
hasteio bandeiras-sangue
de tantos mortos
pela impostura do afeto
se preferem Áries
guerreiem sozinhos
me abstive no mar
e de lá me levanto
ao lado das deusas
carrego mães, naturezas
não me toquem
não me ataquem
não confundam fazeres
engravidei-me
segui o pontilhado céu da noite
pari na solidão das musas
a derradeira existência
foge dos cegos em guerra
e na água se banha
do afeto que falta
afeto
afalta
Nenhum comentário:
Postar um comentário