a dinâmica de poder sobre afetos afasta quem se dispõe a viver sem acordos e sem cuidado
se a alteridade me aparece como forma de me subjugar
aviso-a o básico
daqui não passa
a força está em negar a dominação do corpo e demonstrar o desafio, a potência
mas sem agressividade ou violência
é apenas uma sugestão
como se pesasse mais do que de fato pesa
escondendo fragilidades
a dinâmica anuncia solidão e morte como fundamento
para onde se encaminha
em vias de paradoxo
o trajeto do ermitão
em busca de solidão a dois
ou três
ou quatro
mas solidão das solidões, juntas
compartilhando-se compartimentos existenciais
se a superfície é o falso ou por vezes o corpo
quero lágrimas, ódios, amores e risos
quero tremores e gozos
de quem já não esconde magos, ou âmagos
só os despidos a quem procuro
quando enfim estarei sem armadura
sem escudos ou espadas
sem roupas ou lençóis
contemplando céus e sexos
contemplando olhos quentes
assustadores, vezes frios
aquecendo poros e veias
ondulando cabelos em rostos
ventania pura
em plena terra
de atrações
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