terça-feira, abril 07, 2020

antecedência

mais interessante
quando imprevisível
desço às 4 da manhã
a cama quente, outrora
como que sem escolha
sabotar-se numa regra
desde pequeno

sair à banca de revistas
querendo-a aberta
mas antes
imaginar o contrário
e na compulsão do reverso
diminuindo frustrações
se às portas abertas
tenho incertezas

uma espécie de controle
talvez tudo dê errado
primeiro penso
a tristeza primeiro
em segundo surpresa
se for triste, já sofri
a banca fechada
o carão na escola
a ameaça homofóbica na rua
ou nenhuma das alternativas
quando me deixas esperando

sem escolha, desejo alívio
como a burguesa de india song
não conhecer a máquina
que me faz desistir
e aperto esse botão
na emergência de desorganizar o erro
voltando ao desconhecido da tua aparição
não obstante [e aí ferra tudo]
anseie minha mania de antecipação
se você não vem, não há surpresa
como me deixaria decepcionar
na ordem previsível do teu ante-querer?

acusando o medo
num instante ja não sei
o que me cai bem
rastros na pele
ou o furo do queixo
ali é o crânio, eu sei
mas é mesmo dentro
o que não pude ver
e abandonei


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