Uma cama engole cada centímetro do meu corpo, leva-me dimensões abaixo ou acima do estado de agora. Desconheço meu paradeiro e custo a raciocinar. Mas acordando, está ali, a culpa a me acusar.
- Por que dormes tanto?
- Quero liberdade.
Nefasta decisão toma meu quotidiano das intensas obrigações, labuta que incorre no julgamento dos que dormem inúteis. O sono, o sonho consomem meu tempo e não me deixam trabalhar, estudar, ser gente. Mas sou gente na opinião de quem? Em minha é que não é...
Produza, otimize, seja necessário. Utilidade, qual teu desejo? Ser una, eu, os outros? Cansei da minha vida de utilitário, instrumento de usos dizíveis e respeitados. Sou mesmo desrespeitoso, nasci para a cama; para viver o tempo que não passa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário