e se a beleza
em sua penitência
fosse a redenção?
resignada,
mas antes de esplêndida
talvez uma sucessão de provações
o belo como a sobre-vivência
a vida mesma, mas para além de si
sua estonteante jogatina hedonista
quando privar-se do senso comum
pode proteger-lhe de sucumbir
ao cômodo e objetivo ponto
de assimilação dos corpos reprodutíveis
produtos, seus prazos
e a beleza, contudo,
mantendo a imanência dos prazeres
quando não subjugada à cronologia dos (des)afetos
afrodite então sabota saturno
chamando seu filho erótico
a rebobinar as fitas do passado
para destruí-las sem a permissividade da vingança
com asas de mercúrio
avista a aparição noturna
desejos outros, imorais
num amor como teleologia
a estética não ovaciona
uma lógica do tempo
tampouco o consumo da matéria
sua ética consiste na abstração
um escape às formas estanques da visão
ou alguém ainda não
observou o céu sem roupas?
digo, pelado mesmo,
1 - com o vento soprando nas nádegas
2 - sem vestígios de uma nuvem sequer
trágica comédia de produtos
imploram
inconscientes
a beleza
e a sagacidade de sua desaparição
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